domingo, janeiro 21, 2007

20 de Janeiro - DIA DE OXÒSSI - OKÊ!


Oxóssi, do iorubá Òsóòsì, é um orixá da caça e da fartura.

No Brasil: Durante a diáspora negra, muitos escravos que cultuavam Oxóssi não sobreviveram aos rigores do tráfico negreiro e do cativeiro, mas, ainda assim, o culto foi preservado no Brasil e em Cuba pelos sacerdotes sobreviventes e Oxóssi se transformou, no Brasil, num dos orixás mais populares, tanto no candomblé, onde se tornou o rei da nação Ketu, quanto na umbanda, que é patrono da linha dos caboclos, uma das mais ativas da religião.

Seu habitat é a floresta, sendo simbolizado pela cor verde na umbanda e recebendo a cor azul clara no candomblé, mas podendo usar, também, a cor prateada nesse último. Sendo assim, roupas, guias e contas costumam ser confeccionadas nessas cores, incluindo, entre as guias e contas, no caso de Oxóssi e, também, seus caboclos, elementos que recordem a floresta, tais como penas e sementes.

Seus instrumentos de culto são o ofá (arco e flecha), lanças, facas e demais objetos de caça. É um caçador tão habilidoso que costuma ser homenageado com o epíteto "o caçador de uma flecha só", pois atinge o seu alvo no primeiro e único disparo tamanha a precisão. Conta a lenda que um pássaro maligno ameaçava a aldeia e Oxossi era caçador, como outros. Ele só tinha uma flecha para matar o pássaro e não podia errar. Todos os outros já haviam errado o alvo. Ele não errou, e salvou a aldeia. Daí o epíteto "o caçador de uma flecha só".

Come tudo quanto é caça e o dia a ele consagrado é quinta-feira.

No Brasil, Ibualama, Inlè ou Erinlè é uma qualidade de Oxóssi, marido de Oxum Ipondá e pai de Logunedé. Como os demais Oxóssis é caçador, rei de Ketu e usa ofá (arco e flecha), mas se veste de couro, com chapéu e chicote.

Um Oxóssi azul, Otin, usa capanga e lança. Vive no mato a caçar. Come toda espécie de caça, mas gosta muito de búfalo.

A curiosidade e a observação são características das pessoas consideradas filhas de Oxóssi, orixá também da alegria, da expansão, que gosta de agir à noite, como os caçadores. São faladores, ágeis e de raciocínio muito rápido.

Oxóssi é o arquétipo daquele que busca ultrapassar seus limites, expandir seu campo de ação, enquanto a caça é uma metáfora para o conhecimento, a expansão maior da vida. Ao atingir o conhecimento, Oxóssi acerta o seu alvo.

Apesar de ser possível fazer preces e oferendas a Oxóssi para os mais diversas facetas da vida, pelas características de expansão e fartura desse orixá, os fiéis costumam solicitar o seu auxílio para solucionar problemas no trabalho e desemprego. Afinal, a busca pelo pão-de-cada dia, a alimentação da tribo costumeiramente cabe aos caçadores.

Por suas ligações com a floresta, pede-se a cura para determinadas doenças e, por seu perfil guerreiro, proteção espiritual e material.

No Rio de Janeiro, é sincretizado com São Sebastião, patrono da capital carioca e, na Bahia, com São Jorge.

Em Salvador, no dia de Corpus Christi é realizada uma missa, chamada de Missa de Oxossi com a participação das Iyalorixás do Candomblé da Casa Branca do Engenho Velho.

fonte: wikipedia (consulte e colabore com a maior enciclopédia virtual colaborativa)

quinta-feira, janeiro 18, 2007

PIRATA - maria bethânia


E lá estava eu mais uma vez indo.
Dessa vez eu seguia em direção a hortifruti, pra comprar umas frutas e verduras.
Coloquei o novo Cd da Bethânia, que se chama Pirata e conforme fui ouvindo aquela voz, com aquelas letras, parecia que o céu ia ficando cada vez maior !!!!O céu esquecido da cidade de São Paulo ia tendo uma outra dimensão para os meus sentidos.
Fui me interessando pelo cd, cada vez mais...
Não há dúvidas quanto ao talento e sensibilidade da cantora, contudo, mais do que isso, ao meu ver esse trabalho tem um papel fundamental para a denominada Cultura Popular do país.
Maria Bethânia optou pelo resgate de diversas músicas de domínio público, além de outras canções que trazem muito da cultura local dos cantos do nosso país e, como já é de costume da artista, mesclou com poemas, desta vez do grande Guimarães Rosa.
Imaginem tudo isso alinhavado com a temática das águas como pano de fundo da obra artística. A capa também é magnífica, retratando o trabalho das bordadeiras do São Francisco.
Realmente um trabalho que merece ser conhecido, apreciado, divulgado e que inspira muito!!!
Abaixo registro uma poesia do Antonio Vieira que ela recita no álbum, cuja reflexão se faz absolutamente necessária.
" A nossa poesia é uma só
Eu não vejo razão pra separar
Todo conhecimento que está cá
Foi trazido dentro de um só mocó
E ao chegar aqui abriram o nó
E foi como se ela saísse do ovo
A poesia recebeu sangue novo
Elementos deveras salutares
Os nomes dos poetas populares
Deveriam estar na boca do povo

Os livros que vieram para cá
O Lunário e a Missão Abreviada
A donzela Teodora e a fábula
Obrigaram o sertão a estudar
De repente começaram a rimar
A criar um sistema todo novo
O diabo deixou de ser um estorvo
E o boi ocupou outros lugares
Os nomes dos poetas populares
Deveriam estar na boca do povo

No contexto de uma sala de aula
Não estarem esses nomes me dá pena
A escola devia ensinar
Pro aluno não me achar um bobo
Sem saber que os nomes que eu louvo
São vates de muitas qualidades.
O aluno deveria bater palma
Saber de cada um o nome todo
Se sentir satisfeito e orgulhoso
E falar deles para os de menor idade
Os nomes dos poetas populares"

Relatos do cotidiano - A Farmácia

Ontem fui comprar alguma coisa na farmácia perto de casa, Promofarma da Av. Água Fria.
Assim que me dirigi ao caixa um rapaz bem novinho me atendeu. Ele era super simpático, fora dos padrões normais da simpatia comercial, me sugeriu o mesmo remédio por um preço melhor e estava tudo num clima feliz.
Ainda nesse diálogo aparentemente humano, ele disse:
- Nossa, você tá abatida? Tá cansada, trabalhou muito?
Confesso que na hora tive uma reação de surpresa, afinal estava me sentindo tão bem, quase pedi um espelho pra ver se estava pálida. Fiquei pensando qual era o motivo de estar abatida e disse:
- Ah, deve ser o trânsito...
Depois de mais algumas trocas de frases ele soltou:
- Nós temos uma vitamina muito boa para estresse, na promoção.
Imagino que fiquei com a aparência um pouco transfigurada, como se tivesse caído a ficha da minha ingenuidade. Disse:
- Não. Não quero vitamina.
O rapaz foi insistente e inconveniente, começou argumentar sobre os poderes da tal vitamina e disse como se fosse uma grande vantagem que "ela nem engordava".
Eu tive que ser incisiva com ele e pontuar que não precisava e não queria vitamina nenhuma. Mesmo assim ele ainda tentou perguntar se eu costumava ter dores de cabeças porque havia um remédio incrível e barato...

Foi inacreditável!!! Primeiro o cara quase me convence que eu estou doente, depois quer me fazer consumir substâncias químicas a qualquer preço. Onde vamos parar?
Sei que essa ética de mercado está colocada na televisão, no cotidiano, nas lojas, revistas, dentre outros, mas nunca havia vivido essa situação com um atendente de farmácia.
Interessante como a contradição se coloca e cada vez mais a gente assiste e vive os caminhos paralelos ou opostos da sociedade.
Por outro lado, o que me deixa mais feliz é saber que muita gente já consegue enxergar isso!