quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Ode a Baco














"Se acontecer é porque no fundo é o que se quer.

Fazer o que o inconsciente pede,

A sua essência se mantém.

O teu ser, a tua posição,

As tuas opiniões, os teus gostos,

Os teus amores, as tuas necessidades.

Vem é ao de cima aquilo que repelias.

Sem saber.

Aquilo que o teu subconsciente empurra para baixo

Para o mundo não conhecer

O teu verdadeiro ser..

Para que não demonstres o demónio que és..

E ele transforma-te nisso!

Naquilo que queres e nunca pudeste

Para amanhã já não te lembrares.

Como que por lua cheia te transformes em lobisomem

Para consumir-te de prazer,

Te trazer à essência do teu ser.

Tudo o que eu fiz com ele foi um grito,

Um acto, no momento

Todas as consequências anuladas

E vivo cada segundo.

Meu corpo não faz o que mando

Mas faz o que quero.

Não há consequências,

Não há constrangimentos,

Não há lembrança.

Para nos arrependermos amanhã da dor de ontem.

Apenas a dor de cabeça.

As tonturas, o cambalear, a insaciável sede,

A fome sem vontade de comer…

Arrependo-me só porque volto ao mundo de regras,

Onde não posso ser livre...

Onde me olham

E eu lembro-me quando me olham assim e refugio-me.

Quando ele me cega desses olhares,

Desses preconceitos e me deixa fazer o que quero…

Mas o amor..

Quando somente se quer o amor

Que poderá ele fazer por mim?

Que poderá ele fazer para o impedir?

Que prazeres carnais poderão substituir o êxtase que ela me trás?

Que toques e carícias àquela mulher sem nome

São mais que todo o ênfase do teu toque?

O toque do meu amor…

Não poderá ser trocado.

Nem tem comparação.

Liberto-me contigo, meu amigo…

Mas a liberdade… É estar com ela."